sábado, 27 de agosto de 2011

Ocular

Os olhos são tudo o que existe
Se movendo rápidos
Levando tudo consigo
O tempo lento
Arrastado
Contrasta com a velocidade do mundo
A rapidez dos olhos
Que são o tudo
Que são o quê
Mundo infindo
Retinas fatigadas
Os olhos são a máquina
Fotográfica
- a máquina registradora –
São o abraço
O gesto fugaz
O traço que nos marca
Os olhos são
Lugar-comum
A alma
E sua janela de onde acena encarcerada
E encena
O que se chama vida
Até que seja libertada
Pelo pó, pelo verme, pela traça

E os olhos dormem
E sonham
Com seu amor, seu vício
A sua sina eterna:
O olhar
Mas eis que distantes
distintos
como o céu e a terra
assim jazem
intangíveis
platonicamente
cada qual encerrado
em si
em seu plano
em seu canto
a se expiarem...

21/07/2009

http://www.recantodasletras.com.br/autores/rafaelsampaio

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